Tive que juntar as três partes porque elas já tinham sido escritas antes, logo a postagem está bem grande.
- Atualizado em 30/01/16 ^^
Então,
vamos à minha história super útil sobre a minha vida no IF. Esta
história tem o objetivo de atrair novos escravos para o colégio.
Sempre
estudei em colégios particulares, aí no 9º ano fui estudar no
Futuro Vip (daqui de São João de Meriti mesmo), fiz parte da turma
preparatória e dos projetos também (ambos aos sábados). Isso
provavelmente aconteceu entre março e novembro. Adorava (vocês
verão em breve o porque do "ava") as aulas de História,
Geografia e Biologia. A turma era enorme (com certeza no mínimo uns
40 alunos), nós ficávamos na maior sala e eu sempre sentava na
frente, afinal o falatório... Tá aí um dos motivos que me fazem
ter certeza de que eu nunca mais voltarei ao ensino médio normal.
Mas então,
continuando:
Lindamente
ingênua como uma aluna do 9º ano, achando que iria controlar a
situação e que por estar em um colégio excelente eu naturalmente
seguiria o padrão e seria excelente também. Logo no início do
curso preparatório eu coloquei na minha cabeça (de alguma forma,
talvez seja o encantamento com a matéria nova, mesmo sem notas altas
ou qualquer coisa do tipo) que queria fazer Química. Sim, o técnico
em Química. E olha que eu sempre tive certeza que quero fazer
Jornalismo na graduação (isso não é um problema).
A verdade é
que eu fui descobrindo que não existe nenhum curso técnico que
correspondesse às minhas expectativas (considerando CEFET, IFRJ e
Pedro II, já que eu literalmente morro de medo da Faetec,
sinceramente, tanto que eu não fiz a prova de jeito nenhum), não
demorou muito pra que eu começasse a sonhar com o Pedro II. Foi a
primeira prova, inclusive, uma sensação (quase que) boa. Fiz o
favor de esquecer o cartão de memória com músicas lindamente
selecionadas para o trajeto em casa, tive que aguentar a minha mãe
dizendo "olha só, um concorrente!" pra toda criatura que
surgisse na minha frente. O que importa é que ao chegar ao local da
prova (escolhi as unidades de São Cristóvão dos três colégios,
ou seja, o mais concorrido. Até mesmo por pensar que por serem as
"principais" e estarem fora da baixada as chances de serem
bons colégios aumentava mais ainda) eu vi pessoas que "realmente
não passariam", segundo o meu julgamento, e fui fazer a prova
muito mais tranquila. Cara, eu levei um susto tão grande com o
alarme de lá que não gosto de lembrar disso até hoje, inclusive
corri pra não precisar ouví-lo de novo.
Enfim, já na
prova do CEFET eu cometi um erro que deve ser comum: achar que a
"unidade Maracanã" fica próxima a estação Maracanã. A
minha sorte foi chegar com antecedência, foi uma bela caminhada até
o lugar certo. Estava meio resfriada e tudo o mais, só sei que essa
prova foi um desastre e eu até tinha nota pra passar pra segunda
fase, porém zerei matemática. Quem precisa de matemática?
Aí eu fiz a
segunda fase do Pedro II (ironicamente eu fui a pessoa da escola com
a maior nota na primeira fase) para não ser classificada no final...
Bem, esses dramas foram só pra ilustrar como o IF foi a coisa mais
fácil do mundo. Ok, a rua da Veiga estava realmente cheia, mas a
prova foi tão fácil. MUITO FÁCIL, gente. E quem aplicou a prova
foi um professor do colégio (que eu obviamente lembro e sei quem é
até hoje), o que me deixou tipo "nossa, que legal, preciso
passar *-*" (sim, o emoticon gay é proposital). Agora vamos ao
mais incrível: eu não fazia ideia de que estava ao lado do IFRJ. Só
fui saber onde ficava o colégio no dia da matrícula, sério.
Conselho
I: Tentem saber o máximo que puderem sobre os colégios,
principalmente visitá-los.
Passou o
tempo, como o resultado do IF sempre sai por último eu fiquei
realmente chorosa por não ter passado pra nenhum colégio público e
federal, iniciando todo um drama e culpa por ter que continuar
pagando mensalidade (caríssima do ensino médio). Olha, ainda bem
que deu tudo certo, porque eu definitivamente não teria condições
de me manter em um colégio particular...
Quando eu
menos esperava uma menina do Futuro Vip (a Juliana, que tinha
escolhido o IFRJ porém no campus Nilópolis - e se formou em Química em 2015.2) me chamou no Facebook
garantindo que eu havia sido reclassificada (até que o professor de
História, o Edd, tinha dito muito bem que era pra a gente acreditar
na reclassificação, e realmente dá certo!), e era verdade. Agora
sim eu já posso considerar (sim, isso foi só uma introdução) uma
vida no IFRJ porque é aqui que os dramas começam.
Tá, eu tinha
sido reclassificada, porém:
a data
da minha matrícula como reclassificada havia passado
só
havia vaga para o segundo semestre
só
tinha Farmácia e Alimentos (eu escolhi Biotecnologia)
Vamos lá,
voltando à lógica da aluna de 9º ano: eu acho biologia legal,
interessante e parece que eu entendo, por que não fazer esse técnico
como se fosse um "passatempo de ensino médio"? Comecei a
pesquisar desesperadamente sobre os cursos e confesso que desprezei
legal o curso de Alimentos (não, você não vai pra esse curso
aprender a fazer comida, inclusive desenvolvi um carinho por esse curso e as pessoas dele) e o de Meio Ambiente, ainda mais por ser no turno da tarde. Só agora, dois anos depois, que eu estou aprendendo
um pouquinho sobre Alimentos.
Conselho
II: Não fiquem de mimimi com os cursos como eu fiz.
Obs: cursos
que mais empregam do IFRJ (meu campus, claro)
Química,
Alimentos, Farmácia, sabe-se lá onde fica Meio Ambiente. O que
importa é que existem poucas oportunidades de emprego pra
Biotecnologia se comparado aos outros cursos. Mas tudo bem, Biotec é
um nome legal. Às vezes surgem umas vagas que provocam brilho nos olhos dos alunos, sem contar que existem concursos públicos também.
Só sei que
eu posso até ter pesquisado sobre o meu curso, mas pesquisei muito
mal. Entrei no colégio acreditando que seria tudo cheio de biologia,
mas na verdade os "pilares" da Biotecnologia são a Física
(...), a Biologia e umas coisas loucas de Engenharia. É tipo brincar
de ser Deus. Tem uns slides aqui esclarecedores sobre Biotec, assim
as pessoas não se desmotivam com as coisas que eu escrevi. Eu tô
reclamando mas realmente não troco de curso.
Nota: após postar isso e o post circular, veteranos e alunos da graduação de Biologia tinham definições melhores sobre Biotec pra dar. Mas tudo bem, vocês não vão morrer se saírem daqui sem saber em detalhes como esse curso funciona, afinal temos o google.com e os próprios alunos do IFRJ ao nosso favor ;)
Passado esse
drama (e umas falas que você nunca esquece tipo "COMO ASSIM
VOCÊ VEM FAZER UMA MATRÍCULA E NÃO TRAZ CANETA??" (tinha
acabado de voltar de viagem, só sei que a moça da secretaria sabe o
meu nome até hoje, e eu sei disso porque HOJE MESMO ela me chamou
pelo nome, sério), acabou que eu comecei a estudar bem antes do
esperado. Foi super normal (comecem a considerar a ironia a partir de
agora). Era meu aniversário, eu recebi uma ligação avisando que eu
começaria a estudar praticamente no dia seguinte. Assim mesmo, do
nada!
Nossa,
acordei cedíssimo, catei minha camiseta do Muse (porque a primeira
impressão é a que fica) e saí com os meus pais cheia de medo.
Cheguei no colégio, no famoso corredor do terceiro andar (o andar
dos calouros, são 4 andares mas o terceiro sempre fica com as turmas
de primeiro e segundo período) e estava cheio de gente sentada no
chão ou qualquer coisa do tipo, porém conversando. Juro que deu
vontade de voltar pra casa na hora (sempre quis finalmente poder
estudar longe dos amigos que me acompanharam desde o C.A., assim
ninguém iria ter a opinião sobre mim influenciada, mas o que era
aquilo?...), disfarcei o nervosismo bebendo água até que o sinal
tocasse e eu fosse direto pra sala (depois de todo mundo entrar,
claro).
Entrei na
sala, aula de matemática. Foi um momento louco do tipo "esse é
o meu novo colégio... caramba, eu passei pro IF, vai dar tudo certo
agora" e eu já estava até mesmo delirando achando que a aula
estava absolutamente boa. Semanas depois eu estava dormindo na aula
do Alcaires junto com (quase) todo mundo. Ser remanejada foi péssimo
pra que eu começasse a interagir com a turma (senti raiva mesmo por
ninguém estar falando comigo, ajudando ou sei lá), mas eu já fui
pro colégio com o conselho de que no lugar onde eu estava a união
entre os alunos é fundamental (e é mesmo), e as coisas foram se
ajeitando lentamente. Bem, a graça é que eu estava completamente
despreparada e entrei justamente no dia do contra-turno (nossas aulas
são de 7h a 12h, mas tem um dia da semana em que nós temos aulas de
13h a 18h também - geralmente com educação física-, e aquele dia
era a quinta-feira), e era a primeira prática de química! Tive que
usar os óculos da vergonha (óculos enormes do laboratório que são
emprestados, não sabia que se eu pedisse a algum aluno pelos
corredores conseguiria um muito mais digno) e estava morrendo de medo
de quebrar algo, estava completamente perdida. Em um dia só eu
encarei não só essa prática como o metrô cheio e a minha ideia
idiota de levar todos os livros de uma vez pra casa e ir andando do
metrô até a minha casa (não tinha rio card ainda), ou seja, subi
três morros. Só sei que cheguei, joguei a mochila em um canto e
literalmente apaguei no sofá.
Parte
II
Na semana
seguinte já tinha prova de química, e, claro, eu tinha acabado de
chegar e não fazia ideia direito da matéria. Tirei 1,0 e comecei a
rir, e olha que não foi a nota mais baixa da turma. É assim com
todo mundo, saibam disso. Você pode ser super inteligente e tal, mas
dificilmente irá tirar um 10 de cara. No meu caso ainda teve um
estranhamento em relação ao sistema de avaliação do colégio
anterior.
Matérias
que você tem no primeiro período do IF:
- Português
(Gramática e Literatura)
- Geografia
- Matemática
- Química
Geral I (esqueça o ensino fundamental, você não sabe nada de
Química)
- Física I
(odeio mecânica)
- Filosofia
- Sociologia
- Artes
(Teatro, Fotografia ou Música - coral ou teoria)
- Educação
Física
- Biologia I
(acho que é só BioCel)
Como
funcionam as avaliações:
G1 e G2 é
como nós chamamos o "primeiro e segundo bimestre". Mas não
chegue muito feliz não, o nosso semestre dura, na verdade, quatro
meses. Você vai passar toda a sua "estadia" no IF querendo
ter tempo porém se conformando. O G1 tem duas avaliações (não
consigo chamar isso de "teste" e "prova" porque é
completamente diferente da minha visão anterior de teste, afinal eu
passei a minha vida inteira considerando o teste uma avaliação mais
fácil. No IF não adianta nada porque na maioria das matérias o
conteúdo se acumula e as questões são todas discursivas) e o G2
também, mas o G2 possui peso 2. Isso pode ser a sua salvação ou a
sua ruína. Enfim, a média dos dois é a sua média final e a média
do colégio é 6.
Recuperação
e Reprovação:
Já houveram
recuperações paralelas em Química, Biologia e Matemática no
colégio, mas eles acabaram tirando por três motivos básicos: falta
de espaço, professor disponível e os alunos acabavam por não
atingir a média (por não frequentarem as aulas ou não estudarem).
Ou seja, se no final do G2 você não atingiu o sonhado 6, você está
na Prova Final. Conheço grandes guerreiros que ficaram em 5 matérias
ou mais e passaram (digamos que no 4º período eu também fui essa pessoa hahaha), mas depende muito. Nos primeiros períodos
(experiência própria) as provas finais foram mais fáceis do que as
anteriores. Não que os professores facilitem, mas eu tive a
oportunidade de focar só no que eu estava ruim, o que também não
acontece sempre. Enfim, a Prova Final é aquele momento "tudo ou
nada", porque o IF Campus Rio de Janeiro (São Cristóvão) não
tem dependência. Como eu disse, não há espaço físico pra turmas
de dependência. Tudo bem que estão sim querendo colocar dependência
no colégio, mas só pra matérias que não possuem continuidade. Ou
seja, não vai servir pra Biologia, Química e Física, que são as
matérias que mais reprovam.
As pessoas
vão te dizer, certamente, que reprovar é normal. Pode até ser
mesmo, visto que o colégio é um tanto malvado, mas há quem use a
frase anterior como desculpa pra não fazer absolutamente nada
porque...
"Espaços
de Convivência":
Você vai
entrar no IFRJ e (se não estiver cego pelo encantamento da
aprovação) perceberá que o colégio é um tanto escuro, independente da manutenção. Temos
inclusive um pântano no caminho entre o banheiro feminino e a quadra
de Educação Física. Casais aproveitam a privacidade para ficarem
se pegando e causando desconforto em pessoas eternamente abandonadas
como eu. Porque sim, eu pensei que fosse arranjar um namoradinho logo
no primeiro semestre, mas que fique bem claro que o que mais tem é
gay e mulher no colégio. [Sorry, novinhas, claro que isso não
significa que você vai encontrar só meia dúzia de homens no
colégio, também não é assim, só estou falando do contraste.] Se
você for do curso de Farmácia então, a proporção de gênero fica ridícula.
Bem, os
lugares em que as pessoas passam matando aula ou apenas realizando
mitose são as mesas e cadeiras próximas ao Grêmio (já teve um
refeitório - opa, spoiler- lá, mas ele parou de funcionar e hoje é
um laboratório) e existe uma mesa de ping-pong lá (tinha um Totó
também, mas só Jeová sabe quando está inteiro), e a isso damos o nome de Espaço Cantina. É só
surgir, jogar e conhecer pessoas novas. E o mesmo pode ser dito sobre
a sala do Grêmio. A dica é chegar interagindo com as pessoas mesmo,
não tem nada que impeça isso. As apresentações musicais dos alunos, como a Sexta-feira Cultural, costumam acontecer nesse espaço.
Também temos
o famoso Escadão, que é pra onde você provavelmente irá tentar
subir na hora da sua matrícula, mas ele estará com a porta fechada.
O escadão é onde as pessoas dormem, se pegam e meio que tentam
estudar em casos raros. Ultimamente é um dos últimos lugares onde
eu quero estar porque o cheiro de cigarro é forte. Perto do escadão,
só que numa área aberta, existe uma cadeira capenga onde pessoas
realmente fumam desde cigarros normais a coisas que eu não quero
saber, algumas bem próximas a cilindros de gases que explodem.
Ótimo, não?
Caso você
esteja realmente precisando realizar o coito no colégio, tente fazer
isso no "Quinto Andar", que não é nada além do telhado
do colégio. Pra isso você terá que subir pela escada de
emergência, mas além de a porta que dá acesso ao telhado poder
estar trancada (o que não é interessante se realmente estivermos em
um momento de emergência) você pode acabar estragando o clima de
outra pessoa que tenha chegado primeiro que você e seu parceiro
sexual. Este lugar também é uma opção pra quem desistiu de tudo e
quer se suicidar logo.
Alternativa
pro Verão: você também pode entrar na biblioteca pra
aproveitar o ar-condicionado. Os monitores estarão nervosos tentando
controlar o barulho. Sim, é uma vergonha, a Biblioteca do IFRJ é a
única biblioteca que eu já frequentei que não respeita a questão
básica do silêncio (o que pode ter melhorado atualmente... ou não). Já sobre os computadores, recentemente colocaram um programa louco que bloqueia as redes sociais (o que não
faz sentido, porque nós usamos muito o facebook pra fazer
relatórios) e até mesmo impede que certos navegadores abram.
Recomendo que vocês façam a carteirinha da Biblioteca assim que
entrarem, porque são grandes as chances de estarem carregando uma
foto 3x4. É só disso que precisa pra fazer a carteira e muita gente
não faz (o que não faz sentido, já que nós fazemos muitos
relatórios).
Laboratório
de Física: Vou ser zoeira (mesmo já tendo sido a própria monitora do
laboratório) e dizer que as pessoas realmente costumam ir ao
laboratório pra estudarem. Não estou dizendo que é uma farra total
como nos casos anteriores, até porque eu mesma precisava estudar. O
que acontece é que o laboratório é pouco utilizado para práticas,
os alunos passam mais lá para frequentarem a monitoria teórica.
Agora vamos a
outro fato que acabou também com a minha vida no IF: não temos onde
comer por um preço digamos que humano.E olha que obviamente a gente
não paga passagem. Pra quem passa o dia na escola como eu, é
péssimo. Você nunca vai lanchar por menos de 3 reais (considerando
que o seu lanche vai ser um pastel de forno + copo de mate ou
refresco de caju, mas eu creio que você não vai passar a vida
comendo só isso). Como eu cheguei depois e perdi a recepção de
calouros não sabia da existência da Copa ou até mesmo dos lanches
da Veiga de Almeida, acabei parando na estação de trem (com preços
de lanche dignos da elite carioca porém com sabor de óleo e açúcar)
no meu primeiro dia de aula pra comer algo. Passei metade do primeiro
período indo almoçar fora nos dias de contra-turno porque não
sabia que tinha onde guardar marmita... Ah, e quase 2 anos no colégio
sem saber que pode beber café de vez em quando na Copa.
Sobre alimentação:
Atualmente, lanches (entendam como salgados e sanduíches), biscoitos, doces e coisas do tipo são vendidos no Grêmio, após proibirem as famosas tias da limpeza™ terceirizadas de venderem os tais lanches, nossa única opção a um preço justo. Fora isso, temos a Veiga de Almeida ao lado, com uma série de lugares pra lanche ou almoço, incluindo o maravilhoso Subway. Tem restaurante na esquina, tem bar que vende quentinha e lá na Mariz e Barros tem MC Donald's, Habbib's, e conforme o raio de distância vai aumentando existem mais opções de refeições, Parmê, Burger King e vários outros lugares, até que você esteja oficialmente na Tijuca. Ah, tem churrasquinho, sorvete, empadão e coisas do tipo em frente ao IF ao longo do dia, mais precisamente de tarde/noite.
Pra quem leva marmita, ao lado da xerox existe espaço com pia, geladeira e microondas pra esse fim. Recentemente os alunos também se organizaram para produzirem o próprio café e não serem obrigados a receber "surpresas" da máquina que deveria vender o mesmo, disponível nos corredores. O café dos alunos também fica nessa copa do térreo, então já vai pensando na caneca fofinha que você levará pra isso.
Acredito que nenhum de nós tenha
estudado em um colégio com um prédio levemente estranho e isolado
(onde o celular não pega, inclusive) onde o corredor destinado a
parte administrativa possui ora cheiro (na verdade é o padrão) de
cigarro, ora de incenso. Nas últimas aulas de dezembro eu sofri
tanto com isso que sentia os meus olhos e garganta ardendo depois de
entrar na sala da direção de administração, então deixo aqui as
minhas teorias: ou todo mundo sempre fumou, ou ser fumante passivo
dava logo no mesmo que fumar de verdade ou o trabalho é tão
estressante e capaz de levar à loucura que ninguém se importa com o
cheiro de cigarro.
Pra finalizar
essa "Parte II" eu vou explicar como funciona as aulas de
artes: o professor de música adora mudar de ideia, então às vezes
o coral vale nota, outras não. Tem semestres onde não cabe todo
mundo na minúscula sala e o ar condicionado nunca funciona de acordo
com número de pessoas, já em outros falta até gente pra preencher
os naipes. Mas ultimamente o Coral está muito bom, nas últimas duas
apresentações eu observei uma participação e animação muito
grande por parte dos calouros (e um grupinho especial de veteranos
que eu acredito ser fundamental pra iniciar e manter essa animação),
já a Cantata de Natal foi além das minhas expectativas (porque eu
já fui do coral e passei por momentos bem aleatórios, e é isso o
que muitas pessoas dirão a vocês, caso perguntem).
Para cursar
teatro você vai precisar (momento receita) assistir a uma ou duas
peças para fazer um trabalho escrito e fazer uma apresentação (em
dupla ou um grupinho), geralmente a última do semestre envolve a
turma inteira até. Acho muito bom e interessante, mas tive vergonha
(sim, o que não faz sentido) de me inscrever e escolhi o coral mesmo.
Já fotografia foi o meu favorito, e existem saídas fotográficas.
Eu cursei fotografia no 2º período, e como o curso tinha acabado de
voltar nós só fizemos uma saída que era pra ser a Praia
Vermelha, mas acabou que choveu e foi para o MAR (sim, aquele museu
consideravelmente novo, quase que ao lado do Museu do Amanhã, mais novo ainda). Os calouros de 2013.2 foram ao Jardim
Botânico no fim do ano.
obs:
As "TMs", ou Turmas Mistas, são como as turmas de calouros
(primeiro e segundo período) são chamadas. Ou seja, existem pessoas
de todos os cursos na mesma turma. Se aprovada no segundo período a
pessoa poderá realizar a transferência de curso (eu, por exemplo,
fiquei em Farmácia até poder voltar a Biotecnologia).
obs2:
Existe o Auxílio Alimentação no colégio, mas ele é pra pessoas
que tem até 1,5 salário mínimo (acho que isso) na renda per
capita. O número de beneficiados é ridículo em relação aos
alunos que realmente precisam, e acabou que eu não consegui depois
de um ano esperando para me inscrever.
Atualização: O coral morre e renasce milhares de vezes nesse colégio. O curso de artes-fotografia aparentemente parou desde 2013.2. Já os auxílios permanência... bem, eles melhoraram, aumentaram as vagas (e a demanda também, com o perfil dos alunos diversificando cada vez mais), o que pode sofrer alteração com os cortes que aconteceram na Educação.
Parte
III
Terminei
a parte II já sabendo o que escrever na seguinte, porém nessa
semana a escola foi tomada por um clima de insatisfação por parte
dos alunos. No CART, que é o conselho de alunos representantes de
turma (do qual eu faço parte), praticamente as três últimas
reuniões tiveram como assunto a desmotivação dos alunos... Resumo:
euzinha aqui estou me perguntando se esse texto não está assustando
todo mundo, então vamos consertar isso com uma fala bem pessoal.
Como
eu já disse (ou não), quero cursar Jornalismo. Independente do que
você fizer na sua vida, a experiência de estudar no IFRJ é algo
único. Se fosse para resumir em uma frase, é como estudar no
“melhor pior lugar do mundo”. Você vai sofrer, claro, mas o
amadurecimento, a responsabilidade e as amizades (eu acredito que é
a melhor parte) fazem com que o aluno da “Federal de Química”
seja um diferencial não só como profissional, mas como pessoa. E
ainda tem um bônus (isso sim me dá medo): lembra daquela
infantilidade do 9º ano? Você vai ter que lidar com ela no seu
primeiro ano da faculdade. Bem, se você for seguir a área que o
colégio propõe, será aquele tipo de aluno que irá direto para o
laboratório. Ok, nós sabemos que o curso dura 4 anos, você vai ter
que se segurar quando surgirem fotos dos seus amigos na formatura do
3º ano ou postarem prints do resultado do Sisu. Ou então quando
você completar 18 anos e puder pegar o certificado do ENEM.
Independente do tempo que você passe dentro do IFRJ, você nunca
mais será o mesmo e provavelmente vai achar impossível a ideia
de voltar para o ensino médio regular. Não troco esse colégio por
nada, acho que vocês já perceberam. Então vamos continuar com o
texto.
Bem
no começo dessa parte do texto está escrito que os alunos estão
desmotivados. É verdade. O que tem de calouro desistindo logo no G1
(o primeiro bimestre, lembram?), passando a vida sentados no banco
fumando ou fazendo sei lá o que é uma quantidade significante. Não
sei se essas pessoas chegam no colégio achando que seria uma coisa e
depois encontraram outra, se não souberam lidar com a falta de um
inspetor pegando no pé, ligação para os pais ou qualquer coisa do
tipo, se as deficiências do ensino fundamental causaram um desastre
agora que o ensino médio começou ou qualquer coisa do tipo. Além
disso temos o Grêmio (em 2014.1 teremos uma votação para Grêmio,
se eu não me engano, e também teremos o primeiro semestre da gestão
do novo reitor), que se tem 5 participantes ativos é muito. Surgiu
uma discussão no principal grupo de facebook do colégio, o Fórum
do CART com uma frase do tipo “saudades festa do grêmio”, uma
coisa que eu nunca vi sentido. Não sei vocês, mas com tanto
problema no colégio eu estou mais preocupada em melhorá-lo do que
em promover uma festa, mas tem gente pra tudo. Por exemplo, a água
dos bebedouros do colégio sempre foi horrível devido ao encanamento
(que, claro, é uma obra complexa pra ser feita assim) e no verão
nós precisamos passar por praticamente todos os andares até
encontrar um bebedouro funcionando. São problemas antigos que todos
reclamam, mas ninguém corre atrás. Lá nas reuniões do CART, que
acontecem quinzenalmente, assuntos como estes são constantemente
levantados. Gostaria de já informar aqui que qualquer aluno pode
participar (mas só os representantes podem votar) das reuniões. Eu
frequentava antes de me tornar representante e a cada reunião que
passa eu aprendo mais sobre o colégio, me animo e encontro mais
pessoas com vontade de fazer alguma coisa útil para mudar a
situação. Como eu disse no início, em colégios federais os alunos
precisam uns dos outros para sobreviverem..
Atualização:
Melhora nos bebedouros: Checked
Melhora no grêmio: Checked
Tivemos festa: FINALMENTE!
Apesar da desmotivação ser um problema crônico, acho que a 'bad' nos alunos diminuiu por uma série de motivos, mas o que importa é que agora temos equilíbrio entre a preocupação com a infraestrutura e o entretenimento por parte dos alunos. É aquele ditado: se organizar direitinho, todo mundo trans...borda de alegria :)
Se
tem uma coisa que eu preciso aprender muito sobre é o passado do
colégio. Existiram, por exemplo, clubes – grupos de alunos
interessados em alguma coisa – de Xadrez, clube Espírita, clube
disso, clube daquilo. Estão tentando trazer isso de volta. O
objetivo é fazer com que a escola deixe de ser o local chato onde as
pessoas vão só pra estudar. Eu nunca achei isso, na verdade o IFRJ
é quase que a minha casa, só saio de lá para jantar e dormir.
Acabei sabendo de algumas coisas porque fiz parte do jornal do
colégio, o Jornal Méson. Li edições e atas antigas e só assim
tive um pouco de noção de que, tcharãn, o colégio tem 70 anos! Na
Semana da Química de 2013 houveram palestras comemorativas com
ex-alunos da instituição que sofreram na ditadura, por exemplo, e
eles realmente choram de emoção ao falarem sobre o IF.
Também é legal vê-los no grupo que reúne os ex-participantes do
Méson... Espero que quando vocês comecem a estudar tenham noção
do que é o jornal, porque ultimamente a quantidade de folhas recebidas para imprimir as edições é quase insignificante em vista
do número de alunos que o colégio possui...
Prometo
que as próximas partes do texto serão menos confusas!
Observação:
há muitos, muitos anos atrás, a recepção dos calouros era feita
em Paquetá. Com trote, etc, o que já é assunto para a próxima
parte. Também era comum que os alunos viajassem para outros estados,
passassem fim de semana em Ouro Preto, essas coisas. Mas adivinhem
só: sempre tinha alguém pra zoar tudo, sumir, ficar bêbado, essas
coisas. Então acabou. O máximo que teremos serão as visitas
técnicas e saídas fotográficas :)