sábado, 30 de janeiro de 2016

Finalmente, atualizações!

Vocês podem chamar isso aqui de Parte IV da história toda, então eu recomendo que vocês retornem ao post inicial  antes de lerem isso aqui.
Como eu disse, existiam diversos clubes no IFRJ. Como o ser humano tem essa coisa de fazer costumes surgirem e desaparecerem de forma cíclica, hoje eles retornaram com o nome de Coletivos. Tenho links, inclusive:
Coletivo de Mulheres Bertha Lutz
Coletivo de Artes Hidrogênio Nascente
Jornal Méson
Técnicos da Alegria
Under Pressure Cheerleading

Coletivo LGBT Círculo Cromático

Como eu passei 2 anos administrando o Técnicos da Alegria, e ainda acompanho, posso dizer resumidamente que é um 'coletivo' filantrópico que visita abrigos infantis, faz campanhas de doação mas deveria mesmo era estar paralelamente fazendo divulgação científica em escolas também.

E também tem o link do Grêmio Elisabetta Bonante
Agora vamos falar de um 'clube' muito legal, que é o clube dos ex-alunos. Finalmente posso dizer que faço parte dele. 
- Mas Nathália, você se formou? *-*
Não, amados, eu desisti. E não pensem que o fato de ter abandonado o curso anula tudo o que há escrito nesse blog, muito pelo contrário. Se eu ainda volto aqui pra atualizar e dizer coisas lindas, é porque existe algo realmente especial no IFRJ. Acho até melhor explicar a história:

Nesses... 3 anos? (Me desculpem, mas matemática nunca foi meu forte =P), tive duas reprovações, uma em Física III, no terceiro período, que eu prefiro chamar de W.O. por estar exausta demais pra me dedicar a essa última recuperação (eram três, físico-química, química inorgânica e essa) e depois em Bioquímica, no quinto período. A essa altura da vida, a única coisa que me prendia ao IFRJ era esse vínculo emocional lindo, e não mais o acadêmico. O desespero com a obrigação de fazer contas, tabelas e aqueles cálculos de funções nas práticas e relatórios de Bioquímica, a incapacidade de ficar acordada direito nas aulas de Microbiologia (e, francamente, usar o Tinder na aula que era mais divertido) provocaram frustrações tão grandes que eu mal aproveitei o momento de glória que era ter uma aula de História depois de 5 períodos sem essa matéria tão querida. No fim das contas eu estava a frustração em pessoa pra um coraçãozinho de humanas, e me sentindo a pessoa mais burra e desajustada da turma. Hoje eu olho pra continuação do curso através do grupo da turma e sempre sorrio numa mistura de "fiz a escolha certa" e "isso definitivamente não era pra mim".

Então é isso. Desistir e reprovar estão longe de ser 'coisas feias', afinal autocrítica e reconhecimento dos nossos próprios limites são sempre bons. A turma que entrou junto comigo, em 2012.1, vai se formar daqui a menos de 7 dias, e a minha turma 'de coração' está chegando ao 8º período agora. Apesar desse clima de seleção natural, eles são realmente os melhores profissionais desde já, e alunos incríveis porque essa jornada não é pra qualquer um. Agora eu estou linda (como sempre, e esse empoderamento também é consequência do IF) e feliz num híbrido de ressonância™ entre a UFRJ e a PUC Rio, cursando Comunicação Social, ou seja, Jornalismo. Esse Guia de Sobrevivência, então, não é necessariamente de uma pessoa que curiosamente não sobreviveu ao IFRJ.
Aqui estão alguns dos vídeos relacionados ao IFRJ que estão no meu canal:



Essa aqui é a tal 'turma do coração' que eu 
mencionei. Sim, eu saí do colégio mas surgi pra gravar e editar o vídeo desses lindos ^^





Nesse trabalho de Físico-química eu tive a liberdade de fazer várias coisas que gosto em pleno fim de período: gravar, interagir com as pessoas e realizar um sonho de infância! Sim, eu fui a Xuxa preta no comercial do Monange :)


Fugindo um pouco do egocentrismo, preciso reconhecer que a Sexta Feira Cultural de fim de período, a Jah Bless o G2 é a melhor que existe. A versão especial de Funk também foi sensacional.
Os vídeos especiais de fim de período são os meus favoritos, pena que dão trabalho...




Aquele momento em que o trabalho de Filosofia dá espaço pra que você mais uma vez transforme zoeira em ciência (e a própria Valesca Popozuda ficou sabendo dessa)





E pra finalizar, tivemos essa obra prima da Literatura de cara, logo no primeiro período.



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Processo Seletivo 2015

Querido diário,
Estou no 5º período, são 15 pras 3 da manhã e eu estou estudando pra prova de hoje... (verdade)

Escrevi uma atualização desse blog que se perdeu em algum canto e hoje já se encontra desatualizada, porém são apenas detalhes. Percebi só hoje, graças aos leitores que vieram me procurar com dúvidas, que ainda existe gente acessando esse blog e se motivando, o que me deixa extremamente feliz. Tinha planos de fazer um vídeo sobre como funciona a nossa recepção de calouros (no Campus "Maracanã", claro), mas...

Bem, aqui está o meu canal do Youtube, que tem bastante coisa relacionada ao IFRJ. Tem a Semana da Química, Protestos, Seminários, Especiais (zoados) de Fim de Período e essas coisas: https://www.youtube.com/user/nautkeasley/videos

A essa altura da vida encontraram meu facebook também, então tá aqui o link: https://www.facebook.com/nautkeasley

Se tudo der certo, vejo alguns de vocês no local de prova, lá no dia 08/02.

Que o "Espírito da Química" esteja ao favor de vocês.


domingo, 26 de janeiro de 2014

Um pouco do que vocês precisam saber (ou não)

Tive que juntar as três partes porque elas já tinham sido escritas antes, logo a postagem está bem grande.
- Atualizado em 30/01/16 ^^


Então, vamos à minha história super útil sobre a minha vida no IF. Esta história tem o objetivo de atrair novos escravos para o colégio.
Sempre estudei em colégios particulares, aí no 9º ano fui estudar no Futuro Vip (daqui de São João de Meriti mesmo), fiz parte da turma preparatória e dos projetos também (ambos aos sábados). Isso provavelmente aconteceu entre março e novembro. Adorava (vocês verão em breve o porque do "ava") as aulas de História, Geografia e Biologia. A turma era enorme (com certeza no mínimo uns 40 alunos), nós ficávamos na maior sala e eu sempre sentava na frente, afinal o falatório... Tá aí um dos motivos que me fazem ter certeza de que eu nunca mais voltarei ao ensino médio normal.
Mas então, continuando:
Lindamente ingênua como uma aluna do 9º ano, achando que iria controlar a situação e que por estar em um colégio excelente eu naturalmente seguiria o padrão e seria excelente também. Logo no início do curso preparatório eu coloquei na minha cabeça (de alguma forma, talvez seja o encantamento com a matéria nova, mesmo sem notas altas ou qualquer coisa do tipo) que queria fazer Química. Sim, o técnico em Química.  E olha que eu sempre tive certeza que quero fazer Jornalismo na graduação (isso não é um problema).
A verdade é que eu fui descobrindo que não existe nenhum curso técnico que correspondesse às minhas expectativas (considerando CEFET, IFRJ e Pedro II, já que eu literalmente morro de medo da Faetec, sinceramente, tanto que eu não fiz a prova de jeito nenhum), não demorou muito pra que eu começasse a sonhar com o Pedro II. Foi a primeira prova, inclusive, uma sensação (quase que) boa. Fiz o favor de esquecer o cartão de memória com músicas lindamente selecionadas para o trajeto em casa, tive que aguentar a minha mãe dizendo "olha só, um concorrente!" pra toda criatura que surgisse na minha frente. O que importa é que ao chegar ao local da prova (escolhi as unidades de São Cristóvão dos três colégios, ou seja, o mais concorrido. Até mesmo por pensar que por serem as "principais" e estarem fora da baixada as chances de serem bons colégios aumentava mais ainda) eu vi pessoas que "realmente não passariam", segundo o meu julgamento, e fui fazer a prova muito mais tranquila. Cara, eu levei um susto tão grande com o alarme de lá que não gosto de lembrar disso até hoje, inclusive corri pra não precisar ouví-lo de novo.
Enfim, já na prova do CEFET eu cometi um erro que deve ser comum: achar que a "unidade Maracanã" fica próxima a estação Maracanã. A minha sorte foi chegar com antecedência, foi uma bela caminhada até o lugar certo. Estava meio resfriada e tudo o mais, só sei que essa prova foi um desastre e eu até tinha nota pra passar pra segunda fase, porém zerei matemática. Quem precisa de matemática?
Aí eu fiz a segunda fase do Pedro II (ironicamente eu fui a pessoa da escola com a maior nota na primeira fase) para não ser classificada no final... Bem, esses dramas foram só pra ilustrar como o IF foi a coisa mais fácil do mundo. Ok, a rua da Veiga estava realmente cheia, mas a prova foi tão fácil. MUITO FÁCIL, gente. E quem aplicou a prova foi um professor do colégio (que eu obviamente lembro e sei quem é até hoje), o que me deixou tipo "nossa, que legal, preciso passar *-*" (sim, o emoticon gay é proposital). Agora vamos ao mais incrível: eu não fazia ideia de que estava ao lado do IFRJ. Só fui saber onde ficava o colégio no dia da matrícula, sério.
Conselho I: Tentem saber o máximo que puderem sobre os colégios, principalmente visitá-los.
Passou o tempo, como o resultado do IF sempre sai por último eu fiquei realmente chorosa por não ter passado pra nenhum colégio público e federal, iniciando todo um drama e culpa por ter que continuar pagando mensalidade (caríssima do ensino médio). Olha, ainda bem que deu tudo certo, porque eu definitivamente não teria condições de me manter em um colégio particular...
Quando eu menos esperava uma menina do Futuro Vip (a Juliana, que tinha escolhido o IFRJ porém no campus Nilópolis - e se formou em Química em 2015.2) me chamou no Facebook garantindo que eu havia sido reclassificada (até que o professor de História, o Edd, tinha dito muito bem que era pra a gente acreditar na reclassificação, e realmente dá certo!), e era verdade. Agora sim eu já posso considerar (sim, isso foi só uma introdução) uma vida no IFRJ porque é aqui que os dramas começam.
Tá, eu tinha sido reclassificada, porém:
  • a data da minha matrícula como reclassificada havia passado
  • só havia vaga para o segundo semestre
  • só tinha Farmácia e Alimentos (eu escolhi Biotecnologia)
Vamos lá, voltando à lógica da aluna de 9º ano: eu acho biologia legal, interessante e parece que eu entendo, por que não fazer esse técnico como se fosse um "passatempo de ensino médio"? Comecei a pesquisar desesperadamente sobre os cursos e confesso que desprezei legal o curso de Alimentos (não, você não vai pra esse curso aprender a fazer comida, inclusive desenvolvi um carinho por esse curso e as pessoas dele) e o de Meio Ambiente, ainda mais por ser no turno da tarde. Só agora, dois anos depois, que eu estou aprendendo um pouquinho sobre Alimentos.

Conselho II: Não fiquem de mimimi com os cursos como eu fiz.
Obs: cursos que mais empregam do IFRJ (meu campus, claro)
Química, Alimentos, Farmácia, sabe-se lá onde fica Meio Ambiente. O que importa é que existem poucas oportunidades de emprego pra Biotecnologia se comparado aos outros cursos. Mas tudo bem, Biotec é um nome legal. Às vezes surgem umas vagas que provocam brilho nos olhos dos alunos, sem contar que existem concursos públicos também.
Só sei que eu posso até ter pesquisado sobre o meu curso, mas pesquisei muito mal. Entrei no colégio acreditando que seria tudo cheio de biologia, mas na verdade os "pilares" da Biotecnologia são a Física (...), a Biologia e umas coisas loucas de Engenharia. É tipo brincar de ser Deus. Tem uns slides aqui esclarecedores sobre Biotec, assim as pessoas não se desmotivam com as coisas que eu escrevi. Eu tô reclamando mas realmente não troco de curso.

Nota: após postar isso e o post circular, veteranos e alunos da graduação de Biologia tinham definições melhores sobre Biotec pra dar. Mas tudo bem, vocês não vão morrer se saírem daqui sem saber em detalhes como esse curso funciona, afinal temos o google.com e os próprios alunos do IFRJ ao nosso favor ;)
Passado esse drama (e umas falas que você nunca esquece tipo "COMO ASSIM VOCÊ VEM FAZER UMA MATRÍCULA E NÃO TRAZ CANETA??" (tinha acabado de voltar de viagem, só sei que a moça da secretaria sabe o meu nome até hoje, e eu sei disso porque HOJE MESMO ela me chamou pelo nome, sério), acabou que eu comecei a estudar bem antes do esperado. Foi super normal (comecem a considerar a ironia a partir de agora). Era meu aniversário, eu recebi uma ligação avisando que eu começaria a estudar praticamente no dia seguinte. Assim mesmo, do nada!
Nossa, acordei cedíssimo, catei minha camiseta do Muse (porque a primeira impressão é a que fica) e saí com os meus pais cheia de medo. Cheguei no colégio, no famoso corredor do terceiro andar (o andar dos calouros, são 4 andares mas o terceiro sempre fica com as turmas de primeiro e segundo período) e estava cheio de gente sentada no chão ou qualquer coisa do tipo, porém conversando. Juro que deu vontade de voltar pra casa na hora (sempre quis finalmente poder estudar longe dos amigos que me acompanharam desde o C.A., assim ninguém iria ter a opinião sobre mim influenciada, mas o que era aquilo?...), disfarcei o nervosismo bebendo água até que o sinal tocasse e eu fosse direto pra sala (depois de todo mundo entrar, claro).
Entrei na sala, aula de matemática. Foi um momento louco do tipo "esse é o meu novo colégio... caramba, eu passei pro IF, vai dar tudo certo agora" e eu já estava até mesmo delirando achando que a aula estava absolutamente boa. Semanas depois eu estava dormindo na aula do Alcaires junto com (quase) todo mundo. Ser remanejada foi péssimo pra que eu começasse a interagir com a turma (senti raiva mesmo por ninguém estar falando comigo, ajudando ou sei lá), mas eu já fui pro colégio com o conselho de que no lugar onde eu estava a união entre os alunos é fundamental (e é mesmo), e as coisas foram se ajeitando lentamente. Bem, a graça é que eu estava completamente despreparada e entrei justamente no dia do contra-turno (nossas aulas são de 7h a 12h, mas tem um dia da semana em que nós temos aulas de 13h a 18h também - geralmente com educação física-, e aquele dia era a quinta-feira), e era a primeira prática de química! Tive que usar os óculos da vergonha (óculos enormes do laboratório que são emprestados, não sabia que se eu pedisse a algum aluno pelos corredores conseguiria um muito mais digno) e estava morrendo de medo de quebrar algo, estava completamente perdida. Em um dia só eu encarei não só essa prática como o metrô cheio e a minha ideia idiota de levar todos os livros de uma vez pra casa e ir andando do metrô até a minha casa (não tinha rio card ainda), ou seja, subi três morros. Só sei que cheguei, joguei a mochila em um canto e literalmente apaguei no sofá.

Parte II

Na semana seguinte já tinha prova de química, e, claro, eu tinha acabado de chegar e não fazia ideia direito da matéria. Tirei 1,0 e comecei a rir, e olha que não foi a nota mais baixa da turma. É assim com todo mundo, saibam disso. Você pode ser super inteligente e tal, mas dificilmente irá tirar um 10 de cara. No meu caso ainda teve um estranhamento em relação ao sistema de avaliação do colégio anterior.
Matérias que você tem no primeiro período do IF:
- Português (Gramática e Literatura)
- Geografia
- Matemática
- Química Geral I (esqueça o ensino fundamental, você não sabe nada de Química)
- Física I (odeio mecânica)
- Filosofia
- Sociologia
- Artes (Teatro, Fotografia ou Música - coral ou teoria)
- Educação Física
- Biologia I (acho que é só BioCel)


Como funcionam as avaliações:
G1 e G2 é como nós chamamos o "primeiro e segundo bimestre". Mas não chegue muito feliz não, o nosso semestre dura, na verdade, quatro meses. Você vai passar toda a sua "estadia" no IF querendo ter tempo porém se conformando. O G1 tem duas avaliações (não consigo chamar isso de "teste" e "prova" porque é completamente diferente da minha visão anterior de teste, afinal eu passei a minha vida inteira considerando o teste uma avaliação mais fácil. No IF não adianta nada porque na maioria das matérias o conteúdo se acumula e as questões são todas discursivas) e o G2 também, mas o G2 possui peso 2. Isso pode ser a sua salvação ou a sua ruína. Enfim, a média dos dois é a sua média final e a média do colégio é 6.
Recuperação e Reprovação:
Já houveram recuperações paralelas em Química, Biologia e Matemática no colégio, mas eles acabaram tirando por três motivos básicos: falta de espaço, professor disponível e os alunos acabavam por não atingir a média (por não frequentarem as aulas ou não estudarem). Ou seja, se no final do G2 você não atingiu o sonhado 6, você está na Prova Final. Conheço grandes guerreiros que ficaram em 5 matérias ou mais e passaram (digamos que no 4º período eu também fui essa pessoa hahaha), mas depende muito. Nos primeiros períodos (experiência própria) as provas finais foram mais fáceis do que as anteriores. Não que os professores facilitem, mas eu tive a oportunidade de focar só no que eu estava ruim, o que também não acontece sempre. Enfim, a Prova Final é aquele momento "tudo ou nada", porque o IF Campus Rio de Janeiro (São Cristóvão) não tem dependência. Como eu disse, não há espaço físico pra turmas de dependência. Tudo bem que estão sim querendo colocar dependência no colégio, mas só pra matérias que não possuem continuidade. Ou seja, não vai servir pra Biologia, Química e Física, que são as matérias que mais reprovam.
As pessoas vão te dizer, certamente, que reprovar é normal. Pode até ser mesmo, visto que o colégio é um tanto malvado, mas há quem use a frase anterior como desculpa pra não fazer absolutamente nada porque...
"Espaços de Convivência":
Você vai entrar no IFRJ e (se não estiver cego pelo encantamento da aprovação) perceberá que o colégio é um tanto escuro, independente da manutenção. Temos inclusive um pântano no caminho entre o banheiro feminino e a quadra de Educação Física. Casais aproveitam a privacidade para ficarem se pegando e causando desconforto em pessoas eternamente abandonadas como eu. Porque sim, eu pensei que fosse arranjar um namoradinho logo no primeiro semestre, mas que fique bem claro que o que mais tem é gay e mulher no colégio. [Sorry, novinhas, claro que isso não significa que você vai encontrar só meia dúzia de homens no colégio, também não é assim, só estou falando do contraste.] Se você for do curso de Farmácia então, a proporção de gênero fica ridícula.
Bem, os lugares em que as pessoas passam matando aula ou apenas realizando mitose são as mesas e cadeiras próximas ao Grêmio (já teve um refeitório - opa, spoiler- lá, mas ele parou de funcionar e hoje é um laboratório) e existe uma mesa de ping-pong lá (tinha um Totó também, mas só Jeová sabe quando está inteiro), e a isso damos o nome de Espaço Cantina. É só surgir, jogar e conhecer pessoas novas. E o mesmo pode ser dito sobre a sala do Grêmio. A dica é chegar interagindo com as pessoas mesmo, não tem nada que impeça isso. As apresentações musicais dos alunos, como a Sexta-feira Cultural, costumam acontecer nesse espaço.
Também temos o famoso Escadão, que é pra onde você provavelmente irá tentar subir na hora da sua matrícula, mas ele estará com a porta fechada. O escadão é onde as pessoas dormem, se pegam e meio que tentam estudar em casos raros. Ultimamente é um dos últimos lugares onde eu quero estar porque o cheiro de cigarro é forte. Perto do escadão, só que numa área aberta, existe uma cadeira capenga onde pessoas realmente fumam desde cigarros normais a coisas que eu não quero saber, algumas bem próximas a cilindros de gases que explodem. Ótimo, não?
Caso você esteja realmente precisando realizar o coito no colégio, tente fazer isso no "Quinto Andar", que não é nada além do telhado do colégio. Pra isso você terá que subir pela escada de emergência, mas além de a porta que dá acesso ao telhado poder estar trancada (o que não é interessante se realmente estivermos em um momento de emergência) você pode acabar estragando o clima de outra pessoa que tenha chegado primeiro que você e seu parceiro sexual. Este lugar também é uma opção pra quem desistiu de tudo e quer se suicidar logo.
Alternativa pro Verão: você também pode entrar na biblioteca pra aproveitar o ar-condicionado. Os monitores estarão nervosos tentando controlar o barulho. Sim, é uma vergonha, a Biblioteca do IFRJ é a única biblioteca que eu já frequentei que não respeita a questão básica do silêncio (o que pode ter melhorado atualmente... ou não). Já sobre os computadores, recentemente colocaram um programa louco que bloqueia as redes sociais (o que não faz sentido, porque nós usamos muito o facebook pra fazer relatórios) e até mesmo impede que certos navegadores abram. Recomendo que vocês façam a carteirinha da Biblioteca assim que entrarem, porque são grandes as chances de estarem carregando uma foto 3x4. É só disso que precisa pra fazer a carteira e muita gente não faz (o que não faz sentido, já que nós fazemos muitos relatórios).
Laboratório de Física: Vou ser zoeira (mesmo já tendo sido a própria monitora do laboratório) e dizer que as pessoas realmente costumam ir ao laboratório pra estudarem. Não estou dizendo que é uma farra total como nos casos anteriores, até porque eu mesma precisava estudar. O que acontece é que o laboratório é pouco utilizado para práticas, os alunos passam mais lá para frequentarem a monitoria teórica.
Agora vamos a outro fato que acabou também com a minha vida no IF: não temos onde comer por um preço digamos que humano.E olha que obviamente a gente não paga passagem. Pra quem passa o dia na escola como eu, é péssimo. Você nunca vai lanchar por menos de 3 reais (considerando que o seu lanche vai ser um pastel de forno + copo de mate ou refresco de caju, mas eu creio que você  não vai passar a vida comendo só isso). Como eu cheguei depois e perdi a recepção de calouros não sabia da existência da Copa ou até mesmo dos lanches da Veiga de Almeida, acabei parando na estação de trem (com preços de lanche dignos da elite carioca porém com sabor de óleo e açúcar) no meu primeiro dia de aula pra comer algo. Passei metade do primeiro período indo almoçar fora nos dias de contra-turno porque não sabia que tinha onde guardar marmita... Ah, e quase 2 anos no colégio sem saber que pode beber café de vez em quando na Copa.

Sobre alimentação: 

Atualmente, lanches (entendam como salgados e sanduíches), biscoitos, doces e coisas do tipo são vendidos no Grêmio, após proibirem as famosas tias da limpeza™ terceirizadas de venderem os tais lanches, nossa única opção a um preço justo. Fora isso, temos a Veiga de Almeida ao lado, com uma série de lugares pra lanche ou almoço, incluindo o maravilhoso Subway. Tem restaurante na esquina, tem bar que vende quentinha e lá na Mariz e Barros tem MC Donald's, Habbib's, e conforme o raio de distância vai aumentando existem mais opções de refeições, Parmê, Burger King e vários outros lugares, até que você esteja oficialmente na Tijuca. Ah, tem churrasquinho, sorvete, empadão e coisas do tipo em frente ao IF ao longo do dia, mais precisamente de tarde/noite.
Pra quem leva marmita, ao lado da xerox existe espaço com pia, geladeira e microondas pra esse fim. Recentemente os alunos também se organizaram para produzirem o próprio café e não serem obrigados a receber "surpresas" da máquina que deveria vender o mesmo, disponível nos corredores. O café dos alunos também fica nessa copa do térreo, então já vai pensando na caneca fofinha que você levará pra isso.
Acredito que nenhum de nós tenha estudado em um colégio com um prédio levemente estranho e isolado (onde o celular não pega, inclusive) onde o corredor destinado a parte administrativa possui ora cheiro (na verdade é o padrão) de cigarro, ora de incenso. Nas últimas aulas de dezembro eu sofri tanto com isso que sentia os meus olhos e garganta ardendo depois de entrar na sala da direção de administração, então deixo aqui as minhas teorias: ou todo mundo sempre fumou, ou ser fumante passivo dava logo no mesmo que fumar de verdade ou o trabalho é tão estressante e capaz de levar à loucura que ninguém se importa com o cheiro de cigarro.
Pra finalizar essa "Parte II" eu vou explicar como funciona as aulas de artes: o professor de música adora mudar de ideia, então às vezes o coral vale nota, outras não. Tem semestres onde não cabe todo mundo na minúscula sala e o ar condicionado nunca funciona de acordo com número de pessoas, já em outros falta até gente pra preencher os naipes. Mas ultimamente o Coral está muito bom, nas últimas duas apresentações eu observei uma participação e animação muito grande por parte dos calouros (e um grupinho especial de veteranos que eu acredito ser fundamental pra iniciar e manter essa animação), já a Cantata de Natal foi além das minhas expectativas (porque eu já fui do coral e passei por momentos bem aleatórios, e é isso o que muitas pessoas dirão a vocês, caso perguntem).
Para cursar teatro você vai precisar (momento receita) assistir a uma ou duas peças para fazer um trabalho escrito e fazer uma apresentação (em dupla ou um grupinho), geralmente a última do semestre envolve a turma inteira até. Acho muito bom e interessante, mas tive vergonha (sim, o que não faz sentido) de me inscrever e escolhi o coral mesmo. Já fotografia foi o meu favorito, e existem saídas fotográficas. Eu cursei fotografia no 2º período, e como o curso tinha acabado de voltar nós só fizemos uma saída que  era pra ser a Praia Vermelha, mas acabou que choveu e foi para o MAR (sim, aquele museu consideravelmente novo, quase que ao lado do Museu do Amanhã, mais novo ainda). Os calouros de 2013.2 foram ao Jardim Botânico no fim do ano.


obs: As "TMs", ou Turmas Mistas, são como as turmas de calouros (primeiro e segundo período) são chamadas. Ou seja, existem pessoas de todos os cursos na mesma turma. Se aprovada no segundo período a pessoa poderá realizar a transferência de curso (eu, por exemplo, fiquei em Farmácia até poder voltar a Biotecnologia).


obs2: Existe o Auxílio Alimentação no colégio, mas ele é pra pessoas que tem até 1,5 salário mínimo (acho que isso) na renda per capita. O número de beneficiados é ridículo em relação aos alunos que realmente precisam, e acabou que eu não consegui depois de um ano esperando para me inscrever.

Atualização: O coral morre e renasce milhares de vezes nesse colégio. O curso de artes-fotografia aparentemente parou desde 2013.2. Já os auxílios permanência... bem, eles melhoraram, aumentaram as vagas (e a demanda também, com o perfil dos alunos diversificando cada vez mais), o que pode sofrer alteração com os cortes que aconteceram na Educação.
Parte III

Terminei a parte II já sabendo o que escrever na seguinte, porém nessa semana a escola foi tomada por um clima de insatisfação por parte dos alunos. No CART, que é o conselho de alunos representantes de turma (do qual eu faço parte), praticamente as três últimas reuniões tiveram como assunto a desmotivação dos alunos... Resumo: euzinha aqui estou me perguntando se esse texto não está assustando todo mundo, então vamos consertar isso com uma fala bem pessoal.
Como eu já disse (ou não), quero cursar Jornalismo. Independente do que você fizer na sua vida, a experiência de estudar no IFRJ é algo único. Se fosse para resumir em uma frase, é como estudar no “melhor pior lugar do mundo”. Você vai sofrer, claro, mas o amadurecimento, a responsabilidade e as amizades (eu acredito que é a melhor parte) fazem com que o aluno da “Federal de Química” seja um diferencial não só como profissional, mas como pessoa. E ainda tem um bônus (isso sim me dá medo): lembra daquela infantilidade do 9º ano? Você vai ter que lidar com ela no seu primeiro ano da faculdade. Bem, se você for seguir a área que o colégio propõe, será aquele tipo de aluno que irá direto para o laboratório. Ok, nós sabemos que o curso dura 4 anos, você vai ter que se segurar quando surgirem fotos dos seus amigos na formatura do 3º ano ou postarem prints do resultado do Sisu. Ou então quando você completar 18 anos e puder pegar o certificado do ENEM. Independente do tempo que você passe dentro do IFRJ, você nunca mais será o mesmo e provavelmente vai achar impossível a ideia de voltar para o ensino médio regular. Não troco esse colégio por nada, acho que vocês já perceberam. Então vamos continuar com o texto.

Bem no começo dessa parte do texto está escrito que os alunos estão desmotivados. É verdade. O que tem de calouro desistindo logo no G1 (o primeiro bimestre, lembram?), passando a vida sentados no banco fumando ou fazendo sei lá o que é uma quantidade significante. Não sei se essas pessoas chegam no colégio achando que seria uma coisa e depois encontraram outra, se não souberam lidar com a falta de um inspetor pegando no pé, ligação para os pais ou qualquer coisa do tipo, se as deficiências do ensino fundamental causaram um desastre agora que o ensino médio começou ou qualquer coisa do tipo. Além disso temos o Grêmio (em 2014.1 teremos uma votação para Grêmio, se eu não me engano, e também teremos o primeiro semestre da gestão do novo reitor), que se tem 5 participantes ativos é muito. Surgiu uma discussão no principal grupo de facebook do colégio, o Fórum do CART com uma frase do tipo “saudades festa do grêmio”, uma coisa que eu nunca vi sentido. Não sei vocês, mas com tanto problema no colégio eu estou mais preocupada em melhorá-lo do que em promover uma festa, mas tem gente pra tudo. Por exemplo, a água dos bebedouros do colégio sempre foi horrível devido ao encanamento (que, claro, é uma obra complexa pra ser feita assim) e no verão nós precisamos passar por praticamente todos os andares até encontrar um bebedouro funcionando. São problemas antigos que todos reclamam, mas ninguém corre atrás. Lá nas reuniões do CART, que acontecem quinzenalmente, assuntos como estes são constantemente levantados. Gostaria de já informar aqui que qualquer aluno pode participar (mas só os representantes podem votar) das reuniões. Eu frequentava antes de me tornar representante e a cada reunião que passa eu aprendo mais sobre o colégio, me animo e encontro mais pessoas com vontade de fazer alguma coisa útil para mudar a situação. Como eu disse no início, em colégios federais os alunos precisam uns dos outros para sobreviverem..

Atualização: 
Melhora nos bebedouros: Checked
Melhora no grêmio: Checked

Tivemos festa: FINALMENTE!
Apesar da desmotivação ser um problema crônico, acho que a 'bad' nos alunos diminuiu por uma série de motivos, mas o que importa é que agora temos equilíbrio entre a preocupação com a infraestrutura e o entretenimento por parte dos alunos. É aquele ditado: se organizar direitinho, todo mundo trans...borda de alegria :)


Se tem uma coisa que eu preciso aprender muito sobre é o passado do colégio. Existiram, por exemplo, clubes – grupos de alunos interessados em alguma coisa – de Xadrez, clube Espírita, clube disso, clube daquilo. Estão tentando trazer isso de volta. O objetivo é fazer com que a escola deixe de ser o local chato onde as pessoas vão só pra estudar. Eu nunca achei isso, na verdade o IFRJ é quase que a minha casa, só saio de lá para jantar e dormir. Acabei sabendo de algumas coisas porque fiz parte do jornal do colégio, o Jornal Méson. Li edições e atas antigas e só assim tive um pouco de noção de que, tcharãn, o colégio tem 70 anos! Na Semana da Química de 2013 houveram palestras comemorativas com ex-alunos da instituição que sofreram na ditadura, por exemplo, e eles realmente choram de emoção ao falarem sobre o IF. Também é legal vê-los no grupo que reúne os ex-participantes do Méson... Espero que quando vocês comecem a estudar tenham noção do que é o jornal, porque ultimamente a quantidade de folhas recebidas para imprimir as edições é quase insignificante em vista do número de alunos que o colégio possui...

Prometo que as próximas partes do texto serão menos confusas!

Observação: há muitos, muitos anos atrás, a recepção dos calouros era feita em Paquetá. Com trote, etc, o que já é assunto para a próxima parte. Também era comum que os alunos viajassem para outros estados, passassem fim de semana em Ouro Preto, essas coisas. Mas adivinhem só: sempre tinha alguém pra zoar tudo, sumir, ficar bêbado, essas coisas. Então acabou. O máximo que teremos serão as visitas técnicas e saídas fotográficas :)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Apresentação do Blog

Sempre me pergunto sobre como a minha vida seria se eu tivesse lido todas as informações que estão aqui sobre como é estudar no IFRJ. Ainda mais no meu caso, que só fiquei sabendo desses colégios no 9º ano. Já vou avisando que os pontos negativos podem desanimar vocês, claro, mas existe uma razão para eu ter passado um bom tempo da minha vida corrida escrevendo isso: eu realmente amo o IFerno.
E pra quem quiser mais objetividade: experimentem o botão de pesquisa :)
Ah, o texto é relacionado ao campus Rio de Janeiro, mas isso é só detalhe.

Ah, eu estou no terceiro período (3 de 8) de Biotecnologia.